Meu Pai me Abandonou na Estação da Luz Ninguém sabe o dia em que nasci. Naquela fazenda,os pais esperavam nascer todos os filhos para depois registrá-los,com qualquer data e ano.A data do meu aniversário é fictícia: 24/09/1938. Minha mãe era uma pessoa muito doente e meu pai,um homem viciado em bebida,cigarros e jogos. Certo dia,após muito sofrimento,minha mãe veio a falecer,causando assim um grande impacto em toda família que ainda se compunha de crianças muito pequenas.Meu pai ficou desesperado,desorientado,não sabia como cuidar dos filhos. Uma família muito rica quis me adotar,mas meu pai preferiu deixar
os seus cinco filhos menores,juntos. Ao chegarmos na Estação da Luz,estávamos assustados,famintos,descalços
e sem agasalhos.Um dos policiais daquele lugar ficou impressionado com
a nossa história,que lhe foi relatada pelo meu irmão de doze anos. Nosso irmão nos levou até sua casa,mas ao chegarmos lá,sobreveio-nos
outro sofrimento:sua mulher já tinha um filho de dois anos e sua casa
consistia em apenas um quarto e uma cozinha,super pequenos. Ficamos todos lá,durante um ano,até que nos arrumaram vaga nos colégios.Eu e minha irmã fomos para um colégio de freiras e ficamos lá até eu completar quatorze anos,meus irmãos foram para um colégio profissionalizante,na cidade de Batatais(SP) e somente nos reencontramos após muitos anos, parecíamos pessoas estranhas. No mesmo dia em que saí do colégio,fiquei conhecendo um rapaz,que
anos mais tarde se tornaria meu marido.Comecei a trabalhar em uma casa
de família e depois passei por vários empregos,onde encontrava muitos
perigos e maus tratos ,pelo fato de ser órfã,desprotegida. Fiquei noiva com dezesseis anos e casei-me com dezenove.Após esta
união,nasceram três filhos maravilhosos,de modo que meu marido se viu
obrigado a trabalhar num lugar que lhe oferecesse uma remuneração melhor.Passou
a trabalhar no Pastifício Romanini,ao lado de uma igreja evangélica.A
nossa casa ficava em frente a ela.Estávamos no ano de 1963. Mas DEUS me conhecia e despertou-me uma grande interesse e vontade
de ver o que acontecia dentro daquela igreja,onde todos carregavam um
livro preto nas mãos,a Bíblia Sagrada. A irmã Isa percebeu que eu teria dificuldades de ir à igreja com
três crianças pequenas e então resolveu enviar algumas irmãs para colaborarem
comigo no jantar,ajudando-me a dar banho nas crianças e a carregá-las. Já faz trinta e cinco anos que encontrei Jesus e nunca pensei em
abandoná-lo,nem voltar atrás. |